quarta-feira, 19 de outubro de 2011

FUBAZADA

A primeira coisa que se pensa ao fazer um curso renomado de teatro é que você vai conhecer pessoas fashions e que, finalmente, vai entrar para o high society, certo? Pois bem, as coisas não são bem assim. Como bem sabemos, os grupos sociais se formam por afinidade, logo, não adianta querer fazer parte de um grupo que não é o seu. Se você é fubá, você vai morrer fubá e só vai se relacionar com os tipinhos da mesma laia que você. Não adianta acreditar que vai ser diferente, essa é a lei da vida. Os ricos saem para se divertir depois da aula porque tem carro pra voltar pra casa. A fubazada vai junta para o ponto de ônibus, correndo, antes que o último passe. Os fashions estão sempre se divertindo, tocando violão, cantando (sim, os fashions, além de serem fashions, sabem cantar)... os fubás ficam de longe olhando, achando tudo bonito e morrendo de vontade de entrar na roda.

Enquanto as pessoas fazem piadas sobre diversas coisas, os fubás são a própria piada. Eles não precisam de nenhum artifício para serem engraçados, pois suas histórias e seus comportamentos dão pano pra manga em qualquer stand up comedy que se preze. Agora, conheçam essas criaturas e vejam se eu não tenho razão:




Keila – Essa não larga o ranço de pobre de jeito nenhum. Se vai na casa dos outros, tem vergonha de comer. Se come, corre para a pia e vai lavar os pratos. Se suja alguma coisa, passa o resto do dia pedindo desculpa... Parece uma crente.



 


Eloá - Cara de doida, jeito de doida... doida. Anda na rua com um chicote na bolsa, tem risada de doida, olhar de doida, andar de doida. Não se aproxime muito, ela é visceral... como uma doida! Ela é doida! Sem futuro...





Eduardyuri - Se fosse enumerar as fubazisses dessa criatura, passaria a vida inteira aqui. Pra começar, o nome artístico dele é Eduardo Yuri, isso mesmo. Depois, ele não consegue nem falar o próprio nome aí, sai proferindo Eduardyuri pra lá, Eduardyuri pra cá. Tem também Eduardimônica, caminhandicantandiseguindacanção, dentre outros. É um tabaréu daqueles, ô meu Deus, chega dá pena. Adorou descobrir a existência da água tônica. Adora, também, se aparecer... Ah, esqueci de falar do sex appeal dele, dá pra ver, né?  




Fernanda - Essa tem crise de identidade: se diz borboleta, mas todos chamam de abelha (isso quando não é mosquitinha, mosquinha, formiguinha, etc). A mãe não ensinou a se arrumar feito uma mocinha, aí sai por aí com calça de dormir, com cabelo sem pentear, com lenços velhos na cabeça... parece uma trombadinha e acredita que um dia vai ter uma chance com Johnny Deep ou Rodrigo Santoro. Tadinha, já disse pra ela se contentar com Eduardyuri, mas não quer me ouvir. É outra sem futuro...





Kátia -  Essa dispensa comentários: Diva luxo! Na verdade, está no grupo porque gosta de fazer caridade, tem pena dessas criaturinhas rejeitadas por todos os outros. Só de olhar dá pra ver que não tem a mesma estirpe dos demais, exala riqueza, beleza, poder e glamour. É praticamente uma Afrodite... ou Nefertiti... ou uma fusão muito bem feita das duas.

Tudo bem que adoro o abraço de Keila, e as dancinhas de Eloá. E que elas são super fofas e companheiras... Sim, eu também adoro Eduardyuri, apesar de que eu tenho vontade de bater nele quase todos os dias (ele faz tudo errado). Isso tudo sem falar de Abelha, que é a minha Abelhinha e não preciso comentar a minha admiração por ela, mas bem que eles poderiam não ser tão fubás, né?

Tá, tudo bem que eles são muito legais, que a companhia de cada um me faz muito bem, que nós nos divertimos muito quando estamos juntos, que posso contar com eles sempre e que o curso não seria a mesma coisa sem eles... percebo que o erro foi meu!

Agora, sem brincadeiras: obrigada, meus amores. Vocês me fazem feliz!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Nostalgia

O texto a seguir eu fiz há bastante tempo para comemorar com os meus colegas e, ao mesmo tempo, homenageá-los quando completamos um ano de formados. Passei o dia pensando naquelas pessoas que conviveram comigo durante os quatro anos, que aturaram minhas mudanças de humor, minhas risadas escandalosas, meu jeito perfeccionista e exigente de ser, entre tantos defeitos e qualidades que foram desnudadas diante dos mais íntimos, principalmente do "sexteto que, entre sorrisos e lágrimas, embelezou a caminhada". Estou pensando neles desde cedo porque sonhei com Franciele. Eu sinto uma falta imensa dela. Como recordar é reviver, eis as mal traçadas linhas:



P.U.B.L.I.C.I.T.Á.R.I.O.S


Vocês já se deram conta de que dia é hoje? Não falo o dia da semana, falo o dia do mês, a data mesmo. Pois é, hoje são 25 de fevereiro. Exatamente um ano atrás, a essas horas, estávamos todos em polvorosa, com borboletas no estômago, esperando a tão sonhada cerimônia de colação de grau.

Ficamos pensando no caminho novo que iríamos trilhar e em como seria dali pra frente. Pensamos também no caminho que tínhamos acabado de passar, nos quatro anos vividos, com muita intensidade para alguns, e com um pouco menos de intensidade para outros.

Possivelmente as lembranças do primeiro dia de aula, quando entramos num universo tão diferente do que vivíamos até então, tomaram conta de nossa mente. As novas amizades que seriam feitas ali, os sonhos que estávamos depositando naquele ambiente acadêmico e a certeza de que sairíamos dali, profissionais que deixariam suas marcas no cenário da comunicação baiana (até nacional para os mais ousados). No final percebemos que só nos era permitido ter acesso ao conhecimento sobre o início do caminho, o fim era uma incógnita.

E as amizades? Juras de amor eterno, de que não haveria separação, de que a faculdade era só um pretexto para conviver com pessoas tão maravilhosas. Éramos tão ingênuos! Confidenciamos muita coisa, choramos, sorrimos. Alguns momentos foram de muita tristeza e, sem essas pessoas, teriam sido mais difíceis passar. Eu, particularmente, tenho imensa gratidão por algumas pessoas (elas sabem quem são) que me deram a mão em momentos cruciais. Mas o tempo foi passando e, se nos telefonávamos todos os dias, essas ligações foram ficando mais espaçadas: uma vez por semana, uma vez por mês, uma vez a cada três meses, uma vez... e nunca mais. Restaram apenas as lembranças, guardadas num cantinho gostoso e aconchegante do coração.

E os sonhos? Como eles estão hoje, um ano depois da concretização de um que abriria espaço para vários outros? Estamos nos permitindo sonhar como há cinco anos, quando acreditávamos com firmeza que eles eram irremediavelmente possíveis? Faço um convite a vocês: vamos parar um pouco para pensar nos nossos sonhos? Vamos parar para acreditar na vida como quando tínhamos 12 anos de idade e achávamos todas as coisas possíveis, como se fôssemos super heróis? Aliás, somos super heróis, sim. Somos super e somos heróis. Entramos na faculdade por isso “queríamos ser heróis diante da sociedade e do espelho”. Estamos nos permitindo ser esse herói?

Não estou querendo afirmar e nem negar nada, apenas convidando-os a pensar um pouco na vida. Às vezes nos endurecemos um pouco, profissionalizamo-nos em alguma coisa e perdemos a essência do herói que vive em cada um de nós. Um herói sorri, chora, namora, liga para os amigos, cuida do cachorro, acampa, toma sol, água de coco, vai ao cinema, dança, canta, enfim... é capaz de uma infinidade de coisas e o melhor de tudo: sempre se permite sonhar e ser feliz.

Com muito carinho,



Kátia (a última bolacha do pacote rs )