domingo, 2 de janeiro de 2011

Percebo que está rolando um clima...

A posse da presidente Dilma, como todos já sabem, é um marco na história do Brasil. Não acredito que ela fará um bom governo somente pelo fato de ser mulher. Se o governo for bom, será por causa da sua competência e dos que estiverem governando junto e apoiando-a nessa empreitada. Não será nada fácil governar um país com tamanha importância como o Brasil. Isso é fato.

Mas, o que me faz escrever essas mal traçadas linhas é a percepção que tenho de que está rolando o maior climão entre as mulheres e a vida. Na verdade, sinto como se fosse uma retomada de poder, o retorno a um lugar que é nosso por direito.

Depois de séculos sendo humilhadas, sem voz e sem direitos, eis que surge a tão esperançosa luz no fim do túnel. Dilma representa milhares de mulheres, mães, amigas, irmãs, cunhadas e filhas de inúmeros homens (com belíssimas exceções) que não conseguiram vencer um simples desafio: o de respeitar a capacidade de uma mulher.

Não tenho pretensão de fazer nenhum discurso feminista, não é isso. O que estou tentando dizer é que, para mim, é muito natural ver uma mulher no comando (disse natural, não comum). No meu entendimento, tudo isso não passa de um reequilíbrio energético necessário à condição humana e à nossa existência na Terra. Acho que não é à toa que esse ano está sendo regido por um orixá feminino. A natureza faz suas próprias conexões e cabe a cada um de nós pararmos para observar.

Seria muito romantismo, misturado a uma grande dose de inocência, querer colocar todo o mérito da eleição de Dilma na revolução cósmica. Não foi tão natural assim. Sei perfeitamente o quanto o marketing político foi importante para que isso acontecesse. E sei, também, que o marketing não dá ponto sem nó. Conhecer os anseios da humanidade e transformá-los em propostas eleitorais foi a grande sacada. Mas a mim não importa o marketing em si, importa o que ele conseguiu captar (acredito que sejam as mesmas impressões que meus sentidos receberam).

Há algum tempo venho percebendo que alguma coisa está errada (na verdade, várias coisas). Sinto que seja um momento de parar para refletir no sentido da nossa existência, principalmente na igualdade e nas mudanças de atitudes. Eleger uma mulher para presidente de uma nação machista (não por natureza, mas por ideologia), aponta o início do despertar, da abertura para o novo.

Somos filhos da Grande Mãe, da Terra, de Gaia. Somos frutos da face feminina da Divindade Maior. E como toda mãe que se preze, a Mãe Terra resolveu tomar as rédeas da situação numa luta inteligente e amorosa para que seus filhos não sejam destruídos e no intuito fazer aflorar em nós o sentido de conectividade, de equilíbrio das forças yin e yang. O que ela quer nada mais é do que a harmonia entre seus filhos, homens e mulheres.

Para finalizar, dedico este texto às Elzas, às Nalvas, às Lias, às Valdas, às Licinhas, às Elienes, às Nides, às Isabelas, às Khalynas, às Staéis, às Margaridas, às Ana Lúcias, às Helenas, às Angélicas, às Izabéis... Mulheres que personificam tudo que acabei de dizer. Elas são exemplos como mães, donas de casa, seres humanos, líderes comunitárias, professoras, mestras. São lutadoras e admiráveis. Essas mulheres representam a mitológica Pandora, trazendo consigo a caixinha da esperança e, movidas por este sentimento, fazem a existência valer a pena. 

2 comentários:

  1. Impressionante como você cresceu!
    Não vejo mais aquela menina que eu tiro da cama no meio da noite para empurrar na piscina. Permanece a essência, a pureza e o dom de cativar, características e virtudes perceptíveis a olhos e ouvidos nus. Aaah, sua gargalhada agora faria do meu primeiro dia útil de 2011 mais feliz!
    Essa explícita declaração de amor é um contra ponto ao manifesto anti "eu te amo", porque muito embora, tenha entendido a sua fala, penso que devemos incentivar que mais pessoas falem e SINTAM o amor em sua plenitude...
    Eu te amo! rsss

    Marília Mattos
    A melhor prima sua

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  2. Ai, que lindo!!!!

    Eu te amo, Lila. De verdade.

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